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HCM regista por mês dez novos casos de cancro infantil

Há cada vez mais crianças a sofrer de doença oncológica. Por mês, surgem no Hospital Central de Maputo entre nove a dez novos casos de cancro pediátrico. As leucemias, tumores do sistema nervoso central, linfomas e os neuroblastomas são os tumores mais frequentes na infância.
Segundo os dados mais recentes do Hospital Central de Maputo actualmente estão internadas 17 crianças. Aliás, esta é a capacidade da unidade de Hemato oncologia pediátrica.
Faizana Amodo, médica pediátrica referiu que um dos desafios tem que ver com a capacidade de resposta daquela unidade hospitalar, uma vez que a mesma é a única de referência para o tratamento da doença.
Para Amodo esta realidade contribui para o nível de desistência dos pacientes, que se vê obrigados a saírem das suas zonas de origem em busca de tratamento.

“Na sua maioria os pacientes chegam às unidades sanitárias tardiamente, o que dificulta a nossa capacidade de resposta e facilmente abandonam o tratamento”, revelou Faziana.
Apesar dos avanços terapêuticos nos últimos cinco anos, que permitiram uma taxa de sobrevivência de 50 por cento, há casos de morte devido ao aparecimento de tumores, que ronda os 30 por cento.
Sendo uma doença sem cura, o seguimento do tratamento é fundamental para a melhoria da qualidade de vida dos doentes.
Entre os sinais a ter em conta na deteção precoce do cancro infantil constam: manchas brancas nos olhos, estrabismo súbito, cegueira, febre inexplicável prolongada, perda súbita de peso, palidez, fadiga, sangramento fácil, ossos doridos, dores inexplicáveis nas articulações e costas, fraturas fáceis, mudança ou deterioração da caminhada equilíbrio ou no discurso e inchaço na região da cabeça.
“Se uma criança se sentir prostrada, sem forças, ou tiver problemas de mobilidade ou se aparecer uma massa ou um alto no corpo, os pais devem desconfiar da situação e levar o filho a um médico especialista, que irá pedir que a criança faça exames clínicos”, avançou Amodo. Caso o diagnóstico se confirme, a criança inicia tratamento que pode incluir a quimioterapia, que tem como base o recurso a tratamentos químicos com o intuito de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células malignas.
Para Faizana Amodo o sucesso do tratamento depende maioritariamente da capacidade da criança em ultrapassar eventos traumáticos, a qualidade dos tratamentos e humanização dos cuidados prestados e a constante evolução científica. “Apesar do profundo drama e dor associados a esta doença, é preciso combatê-la com mais confiança e manter sempre a esperança”, destacou.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, nas últimas duas décadas o cancro infantil cresceu em 13 por cento no mundo. O aumento da taxa é justificada pela melhoria do diagnóstico de tumores e também por factores ambientais.
O estudo internacional coordenado pelo Centro Internacional de Pesquisa contra o Câncer, a agência da OMS especializada em câncer, indica que a incidência de casos da doença entre menores de 14 anos foi de 140 casos em um milhão por ano, entre 2001 e 2010.
A leucemia é o tipo de câncer mais frequente nessa faixa etária e corresponde a quase um terço dos casos, de acordo com o estudo que analisou 300 mil casos diagnosticados em 62 países.

Os números relativos ao pessoal clínico para o tratamento do cancro infantil ainda são a quem desejar, a título de exemplo no país existe apenas uma oncologista pediátrica o que dificulta na capacidade de resposta a esta doença que assola os menores. Actualmente existem duas médicas pediátricas em formação e o pessoal de enfermagem que se dedica a esta área.
“Infelizmente os números dos profissionais que temos actualmente não é satisfatório para responder aos casos que temos recebidos diariamente”, disse Faizana Amodo.
Os pacientes com esta doença na maioria dos casos tem tido problemas sociais o que requere um esforço dobrado por parte da equipa médica.
“Nós tratamos todos os sintomas que acompanham a evolução da doença e do tratamento, portanto é uma tarefa difícil e tentamos fazer o máximo com as condições que temos”, avançou Angelina Dias, médica afecta ao departamento de pediatria do Hospital Central de Maputo.
HCM regista por mês dez novos casos de cancro infantil HCM regista por mês dez novos casos de cancro infantil Reviewed by Zacarias Maputire on fevereiro 05, 2018 Rating: 5

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